Eva Mothci
Direto de São Paulo
Uma tecnologia tão simples quanto revolucionária foi apresentada na noite deste sábado na Campus Party Brasil. Imagine poder controlar o computador usando apenas as mãos, sem precisar de mouse, touchpad ou teclado. Sem sequer tocar a tela. É esta a criação de dois jovens campuseiros que, apesar de desenvolverem um trabalho parecido há algum tempo, só se conheceram durante o evento. Felipe Farinon, 17 anos, e Jean Karpinski, 24, compartilharam suas idéias e a nova tecnologia virou realidade.
"O que foi criado aqui vocês nunca viram antes, é algo que vai realmente permitir abandonar teclado e mouse", anunciou Kapinski, advogado e ativista do software livre e programador nas horas vagas. A explicação de Felipe foi simples: "Desde que vi Minority Report quis fazer algo parecido, é um sonho nerd, então programei um software de interação com o computador", disse.
Usamos o Wii como sensor infra-vermelho e o controle é conectado ao notebook via BluetoothUtilizando o controle do Wii como sensor infra-vermelho para captar os leds colocados em seus dedos, Felipe comanda o micro sem encostar nele. O controle é conectado ao notebook via Bluetooth. "Como o Windows não aceita mais de um ponteiro, tentei entender como o programa grava estes dados mas não consegui, então criei um layer sobre o programa, e este eu posso controlar colocando quantos ponteiros quiser", explicou. Na demonstração, Felipe utilizou um pendrive USB infra-vermelho, já que o notebook PC que estava usando não tinha esse recurso.
A tecnologia, que permite inúmeras aplicações, foi criada a um custo muito baixo: cerca de R$ 10 segundo Felipe, gastos com velcro, pilhas e leds. De acordo com Roberto Andrade, diretor de comunicação da Campus Party, já há empresas interessadas em investir na criação.
"É claro que ainda há alguns bugs", disse Felipe. "Mas com investimento, é uma questão de tempo para que eles sejam consertados." Como próximo passo, Felipe, que programa desde os 14 anos e tem o C++ como linguagem preferida, quer agora utilizar Linux. "O futuro é livre", disse, recebendo pela segunda vez na apresentação os aplausos da platéia.
FONTE: TERRA
9 comentários:
Vou dar a mesma resposta que dei em meu blog:
1) O cara gastou no mínimo uns 60 reais para fazer a matriz de leds dele, eu gastei 10 reais.
2) O papel reflexivo não é tão efetivo e sofre muita interferência de outras fontes infravermelhas no ambiente.
3) Ele não criou ponteiros múltiplos acima do sistema operacional, ele sequer criou algum ponteiro, ele somente indicou onde estavam as fontes infravermelhas.
4) Os pontos infravermelho dele nao se distinguem um do outro, no nosso caso nos sabemos qual led corresponde a qual dedo.
5) Ele nao criou um sistema de cliques. Ele interpreta como se qualquer ponto infravermelho fosse um clique (um clique no seu programa, nao no sistema operacional). Entao ou ele move livremente sua mao sem cliques ou ele fica sempre clicando sem mover suas maos.
6) A pessoa tem que estar entre um intervalo de distancia, na qual se ela fica perto, muitos pontos infravermelhos aparecem. Diferente do meu, que a pessoa pode ficar o quao perto ela quiser. Se o projeto do Johnny Lee fosse em um notebook como eu fiz, milhares de pontos infravermelhos surgiriam, e a pessoa nao poderia ficar a uma distancia agradavel do computador, tendo que ficar muito longe.
Pelo o que vi ele não alcançou interação alguma com o sistema operacional nem com software externo ao dele, portanto, conheça os dois sistemas antes de criticar. Não desmereço ele por seu trabalho, que aliás foi muito bom, mas as diferenças entre o meu projeto e o dele são bem visíveis.
Este sistema é diferente, então são argumentos diferentes:
1) O sistema apresenta um interface semelhante à do touch-screen que (como falei na palestra) apresenta o defeito de, se você for clicar em algum ponto da tela você perde a visibilidade deste ponto.
2) No meu sistema eu abro possibilidades para o tracking de mouse 3D já que posso calcular o Z axys do sinal, o que não é verdade neste vídeo dele.
3) No sistema dele o sensor tem que estar acima do computador, sempre olhando para ele, no meu sistema o sensor pode ser embutido na tela do notebook, creio que colocar um sensor acima de você não seja alguma totalmente portável/viável não? Do modo dele tu terias que sempre carregar um sensor junto com você para utilizar o novo método de input, ou seja, adicionar mais um aparelho para algo que deveria ser portavél.
4) Já tentou jogar Counter-Strike com um touchscreen? Agora, ja tentou jogar Counter-Strike mirando com a sua mão, e atirando como se fosse na vida real?
Cara, eu sou adepto do software livre, gosto de software livre, este programa vai ser software livre, em nenhum lugar eu disse: Pessoal, eu conectei o wiimote no computador e só eu fiz isso! Não falei isso, mas sim, eu fiz um sistema de input que ninguém fez até agora, podem ter atingido algo parecido mas não obtiveram os mesmos resultados cara. Acho o head-tracking ótimo, o Johnny Lee realmente faz coisas incríveis mas chamar isso de plágio é um absurdo.
Para qualquer um que tenha entrado agora: Como não conseguí editar minhas mensagens, as apaguei e estou postando-as abaixo com as devidas correções:
Olá Farinon, tudo bom?
Gostaria de saber as diferenças entre seu projeto e este que encontrei no youtube:
http://br.youtube.com/watch?v=0awjPUkBXOU
Grande abraço.
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E aí pessoal, pra todo mundo que tiver interesse em fazer algo parecido, recomendo olhar aqui:
http://www.cs.cmu.edu/~johnny/projects/wii/
- Tutoriais de como conectar o wii com o pc
- Código fonte do sistema de multi touch
- Diversos vídeos explicando váaaarias coisas.
- etc
Achei bem legal, e dá pra chegar a diversas aplicações como dá pra ver aqui: http://www.youtube.com/watch?v=5s5EvhHy7eQ
que mostra, ausência de papéis reflexivos, multiplos ponteiros distinguíveis um do outro, sistema de cliques, e total independencia de distância do computador (pode ser na parede, mesa, a propria tela do NOTEBOOK, ou o ar, não importa, pois é a ponta das canetas (pode botar no dedo se preferir) que está emitindo luz em forma de pontos individuais).
Show de bola.
Somente com o desenvolvimento mutuo que se chega a resultados grandiosos.
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O sensor em questão é o wiimote (ou qualquer webcam sem fio com filtro IR), e mesmo no seu caso ele deve ser carregado junto com você o tempo todo. Acredito que não há diferença alguma em por os leds na ponta de uma caneta e usar uma superfície sólida (mera questao de usabilidade), do que botar eles nas pontas dos dedos e apontar isso pro controle do wii (ele vai estar “enxergando” da mesma forma). Não estou dizendo que você usou o sistema do Jonny como base, porém o sistema é tão semelhante, mas tão semelhante, que mostra que indiferente do lugar da posição geográfica, nós brasileiros temos potencial para fazer coisas tão boas quanto as vistas lá fora.
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A rigor, o que eu tinha como objetivo era desmistificar a aplicação e torna-la acessível a qualquer um que tivesse interesse em estudá-la. O Jonny tomou essa iniciativa ao disponibilizar todos os recursos para quem quer que seja montar um sistema baseado em wii, e isso é louvável. Como disse no blog do farinan (e inclusive somente postarei mensagens lá a partir de agora por respeito a ele) somente com a colaboração de todos e adaptações de coisas que já existem (por exemplo, sem o wii nem os leds, talvez ninguém tivesse a idéia de fazer essa adaptação), se conseguem coisas grandiosas.
Estou aberto a discussão e a proposição de idéias e soluções.
Continue aprimorando o sistema, e não se esqueça de postar os códigos fontes das interfaces bluetooth e de controle que você inventou para que toda a comunidade possa evoluir a fim de tornar um sistema cada vez melhor.
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